Sem nós

Sem nós
O que me prende a ti não são laços. Talvez, nós.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Máscaras

Se for minha sina
me deixe aqui, só.
Não mereço aplausos
ou pedidos de bis.
A cortina há muito se fechou.
O ensaio foi em vão,
forçado, sem nexo.
Os protagonistas
não convencem.
São, apenas, artistas da vida
que emudecem
sob holofotes.

À queima roupa

Quero desvestir-me de esperas
e vazios no peito
que teimam
em remexer meu passado
sem constragimento.
Desvencilhar-me do torpe,
de palavras jogadas
à queima roupa,
de quem me lança
na fogueira.
Se sou feiticeira
é o meu destino.
Não aceito condenações
ou estigmas.
Nasci para me livrar do medo.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Rito

Suas mãos
me tiram o ar
quando envolvem minha nuca
e embalam meus cabelos.
Fico como boneca de pano
completamente entregue.
E me deixo transportar
em passos ousados
na mais íntima das danças
que move a natureza
em ritos ancestrais.

Leve pouso

Amanhã não sei se estarei por aqui
sou levada por rumores
humores inconstantes
como um dia que amanhece
em tons de gris
depois se aquece
e torna-se violeta.
Amanhã não sei se estarei por aqui
nada me pertence
nem mesmo a vontade
Alguém pode levá-la
e eu ficarei como o barro vermelho
que veste minha cidade.
Amanhã não sei se estarei por aqui
mas me procure
não me deixe pra trás
em algum lugar pousei
e só você poderá me buscar.