Sem nós

Sem nós
O que me prende a ti não são laços. Talvez, nós.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Forca

Engano seu.
Não preciso de amor.
Nem sei bem
o que é isso.
Amor pra mim
não é conta-corrente,
pacto, negociação.
Amor é multidão
de sentidos,
seus laços, seu traço,
seu todo feliz.
Que apenas amo.
Mas, é triste a minha sina.
É que seu amor é tão seu
que até doi.
Seu amor, realmente, não é meu.
E, eu, em camisa de força,
com o pé na forca,
ainda tenho vontade
de sussurrar
o seu nome.

Seu amor

Nunca pude ser
o seu girassol.
Sei que
seu centro
é este músculo
perfeito, extenso,
denso e cálido.
O teu coração
é uma flor
coberta de cores,
um certo ar adocicado,
e até mesmo traiçoeiro.
E eu? O que sou?
Pra você,
talvez,
o por do sol,
o instigante,
o adeus,
o passo errante.
Mas, acho,
que nunca,
o seu amor.

domingo, 14 de abril de 2013

Fim

Agora sei.
Seu umbigo é o mundo.
Pelo menos
é isso que você acha.
Imagina, então,
como você enxerga o meu.
Também pouco importa.
Antes, até o seu cigarro
eu achava bonito.
Que desilusão rasgada.
Não conheço mais os seus olhos
e eles nem têm tanto brilho.
Dos pedaços de sonhos
que você recolhia na praia
sobraram as esculturas
amontoadas na garagem.
E nem adianta dizer
que é meu astrólogo particular.
Suas luas de lata
e estrelas de gravetos
devolvo neste momento.
Moro, agora, em outra galáxia.
que nem sei dimensionar
o tanto que é longe da sua.