Sem nós

Sem nós
O que me prende a ti não são laços. Talvez, nós.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Para alguém que nunca vai ler

Vem... vem pro meu colo
te sossego, menino
lhe dou o meu sono,
meus devaneios....
minha energia!
Vem... vem pro meu colo
te embalo, menino
aquieto seus rompantes
suas inquietações
suas pontes....
estas não...que elas possam levá-lo
a lugares desconhecidos
novos e plenos
de exclamações, pontos e interjeições.
Meu colo é seu...
minhas loucuras são suas.
Meu hoje é a areia da praia
a chuva da calçada
o encontro em bancos altos
a explosão.
Num quarto mágico
o mais incrível que já vi
entre luzes e toques
por um momento
somos deuses.
Entre o plano e os morros
não sei mais onde nasci
talvez
entre seus braços.

Em cena

São tantos os anseios
estancados por não haver permissão
para ser o que somos,
mostrar apenas o que temos
nada mais do que isso.
Simples e complexo.
Jogar-se e reter o sonho.
Tantas escolhas
confusas, difusas.
Emaranhados de palavras
que teimam em rodear
a verdade do que somos.
A vontade de entregar
o tudo em apenas duas mãos.
Nada fácil se devassar.
Mais confortável é vestir personagens,
confundir a platéia
e deixar pra quem tem alma de artista
vasculhar o que está profundamente
atado ao peitoc
om um imenso medo
de explodir.