Sem nós

Sem nós
O que me prende a ti não são laços. Talvez, nós.

sábado, 9 de julho de 2011

Sem lógica

Não sei por onde anda sua alma.
Não sei aonde estão seus amores.
Mas meu traço ainda é o mesmo.
Espera, apenas, a intersecção com o seu.
Mas sei que as conversas
são tão matemáticas
que perdem-se em equações.
E, eu, nem tenho estatísticas.
Por isso sento e espero
uma análise sintática,
uma interpretação de texto
ou a resposta correta
que conjugue o verbo,
recomponha a frase
e desvende o caminho.

Como tricô

Sou apenas o que te cutuca
o que te faz rir.
Sigo a trilha que traças
e, mesmo assim,
me escapas
como pontos de tricô
que entrelaçam
os dedos das meninas.
Apenas rastros
que bordam
as pontas de panos
que encobrem rostos
e ornamentam
almas esquecidas.

Ausências

Não sabia que o amor
podia ser tão passivo.
Algumas vezes, até,
permissivo.
Não sabia que gostar
transcende
o instinto de sobrevivência.
Gostar desperta nosso lado
mais infernizante,
aquele que cospe fogo
e acende a parte obscura,
que levanta em poucos segundos
um muro.
Retrato de nossas ausências.