Sem nós

Sem nós
O que me prende a ti não são laços. Talvez, nós.

sábado, 30 de março de 2013

Entre cortinas

Sim, perco a compostura
quando me torno,
assim, meio alguém.
De olhos embaçados,
banhados em cor.
Na boca,
um certo ar
de improviso
e pouco som.
Mas sou eu,
parte gigante
e tão pequenina.
Que pena,
investi no tempo.
Pensei que,
sendo quem
você sonhava,
seria feliz.
Acordei,
entre cortinas.
Perdi a mim,
menina.

quinta-feira, 28 de março de 2013

A primeira vez que vi Brasília

Não te escolhi Brasília.
Mas a primeira vez que te vi
um sol esplendoroso,
vermelho-paixão,
invadiu meu olho.
E foi assim, que vi Brasília.
Acordei, um colchão no chão.
E meu coração
mergulhou em outras
alquimias.
Deixei conchas,
algas, areia,
pés no mar.
Amanheci
corpo e alma
entre o vento,
o novo, o silêncio.
Só você, Brasília,
pra me mostrar que alma
é flor.
Perfeita na forma.
Pronta pra ser semente.
Fremente no amor.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Sintonia

Seus olhos transpassam
os meus
como traços de menino
que desenha sóis.
Seus olhos refletem
as dores dos meus.
Compassos, sintonia,
a música que não toquei.
Quem escreve a sinfonia,
os versos, o compasso,
seus olhos
ou os meus?

domingo, 24 de março de 2013

Instinto

Por momentos
te quero aqui.
Quem sabe,
em cinco minutos,
você me invada.
Mas já te aviso,
não sou licor,
não sou doce.
Carrego algo de errante,
acidez,
um azedume.
E, mesmo assim,
me torno carmim
pura boca.
Meu corpo,
pedaços de cetim.
Sou assim.
Pra você, nunca menti.