Sem nós

Sem nós
O que me prende a ti não são laços. Talvez, nós.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Confessionário

Quando acordo e te vejo
sei que ganhei um dia
de puro enlevo.
Suspiro sua presença
e me vejo
pulando em seu colo
por pura falta de modos.
Não posso compactuar
com a discrição
das meninas de outras eras.
Não tenho pudores, nem ódios.
Sou apenas isso que você conhece.
Uma alma densa
presa ao seu pescoço
e a desabar
em seu colo.

Palavras

Quando a minha palavra
for ouvida
todas as noites insones
terão razão de ser.
Meus dias serão pintados
de cores fortes
e me jogarei neles.
Quando a minha palavra
for repetida por outra boca
ouvirei mantras
e os sons do silêncio.
Serei um ser pulsante
de atos livres.
Quando minha palavra
entrar na vida de alguém
nunca mais estarei sozinha.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Teias

De longe tudo é permitido
sem censuras ou melindres.
É como se não houvesse fronteira.
Podemos esparramar
nossos amores contidos,
as palavras guardadas,
a mais sutil emoção.
Às vezes, a presença
refreia os instintos
por concretizar
a beleza desenhada
e revista por todos os ângulos.
Textura, cheiro, gosto.
Nada jamais visto.
Puramente sentido
e capturado pelas finas teias
que trançam certos caminhos.

Sem reservas

Olhe-se e veja
Somos muito
em tão pouco espaço.
Respiramos o mesmo ar,
compactuamos palavras.
Servimos aos mesmos amores.
São abraços invisíveis
que nos colocam
de frente um para o outro.
Nada planejado
tudo consentido
sem reservas
ou cartão de embarque.