Sem nós

Sem nós
O que me prende a ti não são laços. Talvez, nós.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Pelas frestas

O som do passado
me acordou hoje
e me empurrou cedo da cama.
Ainda tonta
me deixei levar.
Tropecei em culpas
espalhadas pelo chão,
caí em buracos entreabertos
e me fartei em lágrimas.
Sei que não há mais tempo
para colocar as trancas
em portas e janelas.
Mas também isso não adiantaria.
O passado entra
pelas frestas
e se esconde nos ralos.
Vagueia pela sala
abre tampas de panelas
e, de madrugada,
deita ao meu lado
dividindo o mesmo cobertor.
Pela manhã,
me sacode de mansinho
beija a minha boca
pega a minha mão
e eu me deixo levar.

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